São Paulo é frenética, constante e rápida. Nada
é para durar! Vivemos em tempos líquidos de acordo com Zygmunt Bauman. Estamos
cada vez mais aparelhados com celulares, tablets, etc. Tudo para disfarçar o
medo da solidão.
Escolhi tirar foto das flores caídas para
mostrar que tudo é efêmero na cidade. Assim como os relacionamentos que parecem
escorrer das nossas mãos e terminam tão rápido quanto começam, causado pela
ausência de comprometimento e baseado na fragilidade das relações humanas.
As
relações se misturam e se condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis,
em nossa vida corrida e cada vez mais dinâmica, fluída e veloz, o real acaba se
perdendo e virtual torna-se indispensável. Assim como as flores que com sua
fragilidade mudam a todo o momento, de acordo com as estações.
No meio de todo o caos que parece ser até
organizado de alguma forma, nos esquecemos de olhar para os detalhes, como uma
simples árvore florida no meio do concreto. Assim como o amor que floresce,
morre, caí, mas depois renasce.
São Paulo ao mesmo tempo em que é hospitaleiro,
sendo uma forma de escapatória de uma vida simples, também é hostil e nos
menospreza. Contraditória, porque levamos nossos sonhos para serem realizados
na capital, mas acabamos nos aprisionando nela. Ficamos presos na rotina e
esquecemos-nos de explorar o que está em nossa volta e a real vontade de estar
vivendo ali.
Podemos
perceber esse aspecto acima ao observarmos a foto com a grade, captando o
ônibus (032) que singulariza minha relação com SP, uso incessantemente como um
meio para adentrar a cidade. Também é minha fonte de reflexões, já que é
rotineiro fazer longas viagens com ele, fruto de todo pensamento que tenho ao
olhar a cidade que em meio de toda sua grandeza, nos faz sentir pequeno em meio
a tantos prédios. Sufocante!
Luta!
Viver em São Paulo é enfrentar infinitas desavenças até terminar o dia.
É conviver com diferenças. É estar sujeito a manifestações, criações, mutações
e inovações com todo fervor. Viver a liberdade de poder ser qualquer um, de
qualquer jeito. SP não tem cara, porque é feita de todas. É a mistura de
culturas, modos, povos. Sem sua pluralidade, SP não existiria.
Vai além dos concretos. São os momentos
compartilhados entre pessoas em cada esquina que vão dando cor, textura e
beleza aos bairros. Cidade-sede dos paradoxos. Reunião infinita de inúmeros
modos de viver, reviver e renascer. São Paulo tira nosso fôlego, é contínua,
sagaz e malandra que só. Não para, não para!
Essas fotos ficaram incríveis! Amei de paixão, mostrou a cidade de uma perpesctiva diferente. Meus parabéns!
ResponderExcluirhttp://atmosferadamaby.blogspot.com.br/
Ah! Obrigada! Fico feliz que gostou!
ExcluirMuito bonitas as fotos que você tirou e o que você quis representar com cada uma delas. Eu adoro SP, mas realmente a pressa que atinge a gente nos cega e faz com que andamos mais longes dos nossos sonhos!
ResponderExcluirwww.frantrajai.com.br
Exato, penso do mesmo jeito! Obrigada! Volte sempre <3
ExcluirAmei essa sua capacidade em absorver os detalhes mais inusitados de São Paulo, porque pra mim essa cidade já se tornou poesia a muito tempo, espaço para sentir demais, amar demais, e sofrer demais também, ou não. É em SP que quero aprender a mergulhar em mares que ainda não descobri, mesmo não sabendo nadar. Essas fotos ficaram tão incríveis, despertou ainda mais esse sentimento que tenho por SP, por isso não poderia deixar de comentar o seu blog na postagem que fiz com os links das postagens favoritas da semana, acompanho o seu blog a tanto tempo que quando você fica um pouquinho afastada sinto falta das suas postagens <3
ResponderExcluirEspero que goste http://www.luaintensa.com.br/2016/09/10-links-favoritos-da-semana-2-dica-de.html <3
Luana fiquei muito feliz com seu comentário e por despertar algo mais em sua percepção! Adorei a indicação, espero que continue frequentando aqui, porque eu escrevo para vocês leitoras, se inspirarem na vida! Prometo que não ficarei longe, o blog está a todo vapor! <3
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